top of page
cartaz-malu-lpg.png
20250504_143234.jpg


Álbum de Família é um mergulho íntimo e sensível nos primeiros anos de vida de uma filha e na transformação de uma mulher em mãe.
Através de um vídeo de 16 minutos, o filme traduz audiovisualmente um álbum de fotografias feito à mão e com obsessão durante esse período de descobertas, desafios e mudanças. Em sua essência, a obra aborda a profundidade da experiência materna, o caos e os colapsos internos que surgem com a tentativa de moldar uma nova estrutura familiar. Através dessa jornada, o filme revela o ponto de fragilidade onde o amor se mistura com o colapso, e onde o fracasso se torna, paradoxalmente, uma parte essencial da construção da família.

O projeto álbum de família: performance e ficção foi realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo de Minas Gerais, e finalizado em Maio de 2025.

Ficha técnica
Roteiro e direção: Malu Teodoro
Produção executiva: Vanesa Maciel
Preparação de corpo e voz: Fernanda Bevilacqua
Edição e finalização: O sopro do tempo e Malu Teodoro
Narração: Inaê, Malu Teodoro e Rodrigo Usba
Trilha sonora original: Thiago Fontes
Mixagem de som: Lucas Vidal
Acompanhamento crítico: Cecília Borges
Comunicação: Mariana Sassine 
Design gráfico: João Luz
Impressões offset: Gráfica Cortes
Intérprete de Libras: Kelly Assis
Áudiodescrição: Anita Rezende
Tradução e legendas: Chrystal Caratta
Edição de acessibilidades: Ana Moraes


Assista ao trailer:





























 
Álbum de Família como uma revisão de si, por Cecília Borges
Álbum de Família, de Malu Teodoro, apresenta seu processo de maternidade, deslocando o discurso romantizado para um espaço de vulnerabilidade e reconstrução subjetiva. 
A artista, ao criar uma narrativa audiovisual do álbum de sua gestação e puerpério, acessa camadas da experiência materna, expondo o caos emocional comum à tentativa de moldar uma nova configuração de si e de família. Nesse gesto, transforma paisagens geográficas e familiares em um mesmo espaço de conflitos e  ambivalências. 
Essa obra encontra eco na grande interrogação sobre a idealização da mulher-mãe como pilar do lar. Me vem Adrienne Rich quando em Of Woman Born, distingue a maternidade institucionalizada — um aparato que mantém as mulheres em posição subordinada — da experiência materna em si, rica e contraditória. No território estético de Malu Teodoro,  ouvimos sobre o entrelaçamento entre o afeto e a perda de identidade.
A conversa da artista Malu Teodoro parece convocar também  Anna Maria Maiolino e suas esculturas em barro. Malu borda, cola, pinta e escreve como se precisasse  da materialidade dos afetos para falar das dores silenciadas. Esse gestual insistente sinaliza a persistência do corpo e da memória em atravessar e transformar esse espaço. 
Quando Miriam Bäckström era criança, seus pais a usavam como terapeuta para o relacionamento deles. Hoje, a artista sueca considera que “lares são assustadores”. Seu local de trabalho, uma “imitação de um lar” em uma antiga mansão, é parte do seu trabalho que aborda as dinâmicas familiares a partir de encenações fotográficas. Quando a artista Malu Teodoro anuncia que o álbum é “fake, falso, fingido” , parece que temos uma pista sobre o que está entre a sobreposição de sorrisos e cenas alegres que ocupam páginas e páginas. 
Comparo a personagem “Malu grávida” com uma atriz. Não saber quem você é e, ao mesmo tempo, carregar todos os personagens dentro de si. O que está sendo encenado no álbum em movimento?  Talvez sejam espaços íntimos e cotidianos que escondem uma opressão latente debaixo do tapete - e talvez isso seja a maternidade. 
Ao invés de ocultar o fracasso, Malu o eleva como parte constitutiva da construção familiar - seja essa família qual for. O álbum também se abre para novas formas e reposiciona a maternidade no centro de uma discussão sobre identidade e afeto.

 

bottom of page